Compilação de textos de Kaiso So Doshin
Caso queiram conhecer um pouco melhor a filosofia sobre a qual foi desenvolvido o Shorinji Kempo, através do nosso fundador So Doshin, sigam o link: http://www.shorinjikempo.or.jp/wsko/kaiso/index.html
Entrevista ao mestre Araújo (Outubro 2010)
A nossa kenshi e senpai Catarina Rocha para a realização de um projeto pessoal, pediu ao Mestre Araújo para conceder uma entrevista abordando abertamente várias questões que fazem parte da discussão de vários praticantes de SK. Como é natural da parte da Catarina, as perguntas não foram propriamente "um passeio no parque" e como também é natural do Mestre Araújo, as respostas foram claras e sem rodeios. Deixem-se levar por esta conversa e aproveitem para partilhar os vossos pensamentos no fórum! Desde já, o nosso obrigado aos intervenientes.
O que distingue o Shorinji Kempo das outras artes
marciais orientais?
Há muitos factores. Eu falo da minha experiência, uma vez que treinei Karaté durante 10 anos, tenho alguma credibilidade nas minhas afirmações. Um dos factores, e para mim é o principal, é o facto do treino, a prática do Shorinji Kempo, não termina quando a aula termina. Há uma tendência para transportarmos toda a aprendizagem para a nossa vida diária. E isso nota-se no nosso relacionamento com as pessoas, com a família, o nosso empenho, mais em determinadas pessoas do que noutras, mas na generalidade há uma tendência para contribuir para o bem da sociedade, para o bem geral. Tentar desenvolver factores humanos, estar atento ao que se passa à nossa volta, porque tudo isso faz parte da nossa filosofia. Está expresso na célebre frase do fundador “vive metade para ti e metade para os outros”.
Qual é o impacto do Shorinji Kempo na sociedade japonesa?
O Shorinji Kempo tem um impacto muito forte na sociedade japonesa porque lá ainda é considerada uma arte budista e eles praticam nesse sentido. É uma estrutura que até há bem pouco tempo tinha assento no parlamento japonês e é uma estrutura que, financeiramente, faz gerar muito dinheiro. Portanto, há vários factores, o humano, o financeiro que giram à volta da arte e só estando lá, como algumas vezes lá estive, é que nos podemos aperceber do impacto, como na prefeitura de Yokohama e na zona de Osaka, que é onde está mais fortemente implantado o Shorinji Kempo, onde há cargos políticos atribuídos.
Quando So Doshin regressou da Manchúria, no final da 2ª GM, encontrou um Japão derrotado, uma falência dos valores morais. Isso levou-o a criar uma escola de pensamento filosófico, o Kongo Zen, que não pegou. Decidiu então transmitir essa filosofia através da prática de artes marciais. Isto dá a entender que a divulgação da filosofia era o seu objectivo primordial. Porque é que se dá tanto ênfase à prática física, descurando o ensino filosófico, quando inicialmente a ideia era a oposta?
Essa incúria dá-se fora do Japão. Há que ter a ver com o nosso espírito ocidental, com a nossa forma de estar, que não temos uma filosofia condutora dos nossos hábitos diários e eles têm. Toda a estrutura filosófica do Shorinji Kempo está feita para o Oriente. Nós até certo ponto conseguimos captá-la. Mas até lá chegar é complicado porque não faz mesmo parte da nossa estrutura. Mas no Japão é dado muito ênfase à filosofia, tanto que não há aula nenhuma em que não seja dada uma palestra sobre diferentes aspectos da vida e da prática. Todos os dias há uma comunicação, entre os mestres e os alunos.
Fora do Japão, qual é o local em que a prática do SK se assemelha mais à desenvolvida por So Doshin?
É complicado definir isso. Eu não conheço bem as diferentes formas de praticar que se fazem pelo mundo fora. Já treinei em Itália e na Alemanha, mas os poucos treinos que fiz não chegam para definir qual o mais semelhante. Posso é falar da realidade nacional e mesmo cá em Portugal há escolas que se dá mais ênfase à parte filosófica do que noutras. Mas do ponto de vista físico, a nossa prática está muito próxima da que se treina no Japão. Ainda há pouco tempo o secretário-geral da WSKO me fez a mesma pergunta e ele próprio acabou por confirmar que assim o é.
O que acha das práticas em que se incute a competitividade acima de tudo, como exemplos que temos visto na Indonésia?
Eu sou um tanto, aliás bastante, contra isso. Quando se entra em competição directa há valores do Shorinji Kempo que deixam de fazer sentido. O respeito pelo adversário, o ataque a seguir à defesa, perdem o seu sentido, contrariam os princípios básicos do Shorinji Kempo. Felizmente não sou o único a pensar assim.
Como tal tornar o Shorinji Kempo um desporto olímpico não é uma ideia que o atraia?
Eu acho que não faz muito sentido, mas claro que é uma opinião pessoal. Em Portugal há quem veja com muito bons olhos essa ideia.
E o número de pessoas que defende isso está a aumentar?
É, para já, um valor com pouca expressão.
Como encara a relutância da WSKO em disponibilizar material didáctico? O facto de haver tão poucos materiais que possam ser utilizados pelos não-falantes da língua japonesa.
A WSKO não boicota nada. É o que existe. Porque na realidade não há muito material. Há um livro básico, escrito por So Doshin, mas do qual não há tradução. A haver tradução corre-se o risco de, ao entrar no mercado, ficar acessível a qualquer pessoa. E daí em diante as coisas podem ser adulteradas e pode-se perder grande parte dos princípios básicos.
Acha que há quem queira transformar o Shorinji Kempo num negócio?
A exigência actual de vida quase que assim o impõe. Isso tem sido motivo de alguma controvérsia no Japão, porque há a linha ortodoxa que é absolutamente contra a comercialização ou a venda e exploração da marca. A existência da marca em si é algo que estão contra, uma vez que o Shorinji Kempo é uma marca registada. Eles defendem que podem adulterar os princípios. Assim que a comercialização se inicia, há princípios que deixam de fazer sentido. Um deles é que ninguém pode ser profissional de Shorinji Kempo. Todos têm de ter uma profissão e trabalhar fora do Shorinji Kempo e fazer da prática um hobby. Havendo a comercialização, a tendência é que esse princípio termine. Esperemos que não.
Que consequências tem para o SK comportamentos como os que se verificaram com a federação britânica?
Isso é complicado. Os comportamentos falam por si e a WSKO manifestou-se. Uma atitude séria é uma atitude séria em qualquer arte e uma atitude menos séria é-o tanto no Shorinji Kempo como na nossa vida diária e isso acarreta consequências. Pelo que soube houve uma atitude menos séria por parte do mestre Mizuno e isso é punível tanto na sociedade civil como no Shorinji Kempo.
Já se notaram algumas tendências sexistas por parte de alguns “ilustres” do SK Mundial, até em textos publicados no site da WSKO. Acha que são casos pontuais ou é uma tendência na sociedade japonesa desacreditar a importância e o valor das mulheres no seio das artes marciais?
A esta resposta só se pode responder com factos: se as mulheres não fossem importantes, neste momento não se verificaria que a maioria dos praticantes no Japão fossem mulheres, que é o que, efectivamente, se verifica e é um número que está sempre a aumentar. No caso do meu dojo, o normal é estarem sempre em maioria.
E porque motivo não se lhes dá papéis de maior preponderância?
Essa realidade aplica-se mais ao Japão. Isso tem a ver um pouco com a estrutura psicológica daquele povo. Não diria que têm uma sociedade machista, mas o matriarcado não tem, de facto, muita expressão. Há depois o paradoxo de o nosso presidente e autoridade máxima do Shorinji Kempo, a nível mundial, ser uma mulher. Mas penso que a atitude machista não é extensível a todos os mestres.
Porque acha que há tanta relutância em manifestar-se contra esses comportamentos ou outros, com os quais não se concorda? É um mal transversal à sociedade, menosprezar os problemas dos outros ou a alusão a “respeitar os superiores” do Seigan, é vista como um acto de reverência e vassalagem aos mestres e a manifestação dos seus erros considerada um desrespeito? Posso dar o exemplo do estágio em que esteve presente o mestre Aosaka, estágio esse organizado pela mestre Cristina Carriço que depois acabou, no jantar, por ser posta de parte, não tendo sido convidada a juntar-se à mesa dos mestres e, embora tenha provocado estranheza, ninguém se manifestou.
Há protocolos. E o protocolo define quem deve ficar nas mesas e o director técnico não é um dos cargos que deve juntar-se. Normalmente numa situação protocolar quem deve ficar é o Presidente da Federação e o representante junto da WSKO e os convidados, neste caso o mestre Aosaka e a Presidente e os respectivos acompanhantes. Eu compreendo que a mestre se tenha sentido posta de lado e procurei fazer ver esse lado, que é apenas uma questão de protocolo, não uma manifestação sexista.
Mas quanto ao resto da pergunta, sim. Faz parte da cultura oriental o respeito e reverência pelos mais velhos, os superiores. Não é por isso que em determinadas alturas não possam ser chamados à atenção quando determinado tipo de comportamento está errado e nós temo-lo feito. Mas sim, sempre com algum cuidado, porque há uma tendência na sociedade japonesa de olhar de cima para baixo. Não usam castas, mas usam hierarquias e hierarquias muito fortes. Mas há que ter em conta que ninguém sobe por ser bonito ou feio. Sobem porque têm mérito e associa-se esse mérito a uma atitude sensata.
Acha que o SK é uma arte verdadeiramente democrática ou existem pessoas que estabelecem padrões de prática física que tornam muito difícil a maioria acompanhar, fazendo uma triagem pela desistência dos praticantes?
No aspecto de não haver triagem é, efectivamente, uma arte democrática, embora nenhuma arte marcial o seja verdadeiramente. No Shorinji Kempo já tivemos vários casos de kenshi com algum tipo de limitação física ou psíquica. Ainda no último campeonato havia um participante invisual. Já houveram praticantes sem um braço ou de cadeira de rodas e outras limitações.
E, por outro lado, acha que existe uma tendência para o facilitismo e para a não-implementação de padrões mínimos como os que existiam há 15 anos atrás?
Não, não há. Agora, possivelmente houve uma evolução de quem treina e quem ensina. Há 15 anos o padrão é que era muito elevado e nós exigíamos bastante e nem todas as pessoas tinham capacidade de corresponder ao padrão estabelecido. E o facto de se ter evoluído noutro sentido pode dar a ideia de termos baixado o nível. Trata-se apenas de estabelecer um padrão que todos possam acompanhar.
O campeonato europeu está aí à porta. Que tem a dizer da prestação portuguesa em competições internacionais? Que expectativas tem?
De certa forma já pronunciei a minha opinião em relação a competições. Mas tenho de aceitar que existe e que há muitos praticantes que gostam. E também tenho de admitir que existem resultados que são muito bons. Não é por acaso que já temos alguns campeões da Europa, nomeadamente a mestre Cristina Carriço, o mestre Paulo Silva, o Pedro Sargento. Já anteriormente tínhamos tido alguns segundos e terceiros lugares. E nos taikai mundiais temos tido uma prestação muito boa e já nos apresentámos como 3ª potência mundial, a seguir ao Japão e à Indonésia. É uma realidade que existe e eu admito que quando competem, competem bem.
O que distingue os praticantes portugueses dos restantes europeus?
A ponte que temos directamente para o Japão. Em muitos países existem ligações de permeio que acabam por diluir a prática que é feita no Japão. A atitude é muito parecida com a de lá. Os povos latinos têm alguma vantagem sobre os nórdicos porque são mais nervosos, reagem mais à flor da pele.
Que imagem têm os japoneses do SK que se pratica em Portugal?
Bastante boa e eles são os primeiros a reconhecer que a diferença é pouca. Somos bastante aplicados.
Por que motivos tem havido tão poucos novos praticantes? Se observarmos um estágio, verificamos que metade dos alunos são cintos negros e dos restantes cintos grande parte são crianças. Porque se tem falhado em atrair adultos?
A grande falha será a arte em si, que é uma arte de prática difícil. Pressupõe grande empenho e disciplina que tem de ser imposta pelos próprios praticantes, que nós não impomos nada e acaba por se fazer uma selecção natural. Os que se dedicam e aceitam os princípios filosóficos e a forma de estar, ficam. Outro factor é o da crise generalizada, que afecta todas as outras artes marciais. Estamos num período de carência monetária e as pessoas abstêm-se de ter mais gastos.
O que gostaria de ver mudado no SK, cá dentro e lá fora?
Não há muito que eu queira ver mudado. Gostava mesmo que houvesse mais alunos.
Que balanço faz dos 35 anos do SK em Portugal?
Eu pratico SK há 25 anos. Quando comecei a praticar havia 1 dojo, em Alvalade e eu era o último da classe. Havia umas 30 pessoas. Havia 1 secção e hoje há 11, de Viana do Castelo a Aljustrel. Há mais de 200 praticantes activos. Em campeonatos temos sido bem-sucedidos. Portanto o balanço da parte competitiva é positivo. Da parte filosófica há também muito mais conhecimento do que havia há 15 anos atrás. No Japão criaram-se laços que também não havia antes. Pessoas que gostam de nós, nos motivam, nos aconselham e com as quais podemos contar quando precisamos. É claramente positivo.
Que expectativas tem para as celebrações?
Muito boas, até porque estamos a trabalhar forte nisso. Mas depende também da forma como os intervenientes abordarem a situação.
Que apelo quer fazer aos praticantes para melhorar o panorama do SK nacional?
Em alguns casos, mantenham-se como estão. E noutros: olhem em frente, que têm muito bons exemplos que possam seguir. Felizmente a maioria é um bom exemplo. Como disse, em Portugal pratica-se um bom Shorinji Kempo. Há 11 responsáveis, inclusivamente um 1º dan, que o é porque se considerou ter qualidade para ensinar e ser responsável por uma escola. Portanto, há toda uma estrutura que tem funcionado bem. Só faltam mais alunos. E as perspectivas são boas.
Há muitos factores. Eu falo da minha experiência, uma vez que treinei Karaté durante 10 anos, tenho alguma credibilidade nas minhas afirmações. Um dos factores, e para mim é o principal, é o facto do treino, a prática do Shorinji Kempo, não termina quando a aula termina. Há uma tendência para transportarmos toda a aprendizagem para a nossa vida diária. E isso nota-se no nosso relacionamento com as pessoas, com a família, o nosso empenho, mais em determinadas pessoas do que noutras, mas na generalidade há uma tendência para contribuir para o bem da sociedade, para o bem geral. Tentar desenvolver factores humanos, estar atento ao que se passa à nossa volta, porque tudo isso faz parte da nossa filosofia. Está expresso na célebre frase do fundador “vive metade para ti e metade para os outros”.
Qual é o impacto do Shorinji Kempo na sociedade japonesa?
O Shorinji Kempo tem um impacto muito forte na sociedade japonesa porque lá ainda é considerada uma arte budista e eles praticam nesse sentido. É uma estrutura que até há bem pouco tempo tinha assento no parlamento japonês e é uma estrutura que, financeiramente, faz gerar muito dinheiro. Portanto, há vários factores, o humano, o financeiro que giram à volta da arte e só estando lá, como algumas vezes lá estive, é que nos podemos aperceber do impacto, como na prefeitura de Yokohama e na zona de Osaka, que é onde está mais fortemente implantado o Shorinji Kempo, onde há cargos políticos atribuídos.
Quando So Doshin regressou da Manchúria, no final da 2ª GM, encontrou um Japão derrotado, uma falência dos valores morais. Isso levou-o a criar uma escola de pensamento filosófico, o Kongo Zen, que não pegou. Decidiu então transmitir essa filosofia através da prática de artes marciais. Isto dá a entender que a divulgação da filosofia era o seu objectivo primordial. Porque é que se dá tanto ênfase à prática física, descurando o ensino filosófico, quando inicialmente a ideia era a oposta?
Essa incúria dá-se fora do Japão. Há que ter a ver com o nosso espírito ocidental, com a nossa forma de estar, que não temos uma filosofia condutora dos nossos hábitos diários e eles têm. Toda a estrutura filosófica do Shorinji Kempo está feita para o Oriente. Nós até certo ponto conseguimos captá-la. Mas até lá chegar é complicado porque não faz mesmo parte da nossa estrutura. Mas no Japão é dado muito ênfase à filosofia, tanto que não há aula nenhuma em que não seja dada uma palestra sobre diferentes aspectos da vida e da prática. Todos os dias há uma comunicação, entre os mestres e os alunos.
Fora do Japão, qual é o local em que a prática do SK se assemelha mais à desenvolvida por So Doshin?
É complicado definir isso. Eu não conheço bem as diferentes formas de praticar que se fazem pelo mundo fora. Já treinei em Itália e na Alemanha, mas os poucos treinos que fiz não chegam para definir qual o mais semelhante. Posso é falar da realidade nacional e mesmo cá em Portugal há escolas que se dá mais ênfase à parte filosófica do que noutras. Mas do ponto de vista físico, a nossa prática está muito próxima da que se treina no Japão. Ainda há pouco tempo o secretário-geral da WSKO me fez a mesma pergunta e ele próprio acabou por confirmar que assim o é.
O que acha das práticas em que se incute a competitividade acima de tudo, como exemplos que temos visto na Indonésia?
Eu sou um tanto, aliás bastante, contra isso. Quando se entra em competição directa há valores do Shorinji Kempo que deixam de fazer sentido. O respeito pelo adversário, o ataque a seguir à defesa, perdem o seu sentido, contrariam os princípios básicos do Shorinji Kempo. Felizmente não sou o único a pensar assim.
Como tal tornar o Shorinji Kempo um desporto olímpico não é uma ideia que o atraia?
Eu acho que não faz muito sentido, mas claro que é uma opinião pessoal. Em Portugal há quem veja com muito bons olhos essa ideia.
E o número de pessoas que defende isso está a aumentar?
É, para já, um valor com pouca expressão.
Como encara a relutância da WSKO em disponibilizar material didáctico? O facto de haver tão poucos materiais que possam ser utilizados pelos não-falantes da língua japonesa.
A WSKO não boicota nada. É o que existe. Porque na realidade não há muito material. Há um livro básico, escrito por So Doshin, mas do qual não há tradução. A haver tradução corre-se o risco de, ao entrar no mercado, ficar acessível a qualquer pessoa. E daí em diante as coisas podem ser adulteradas e pode-se perder grande parte dos princípios básicos.
Acha que há quem queira transformar o Shorinji Kempo num negócio?
A exigência actual de vida quase que assim o impõe. Isso tem sido motivo de alguma controvérsia no Japão, porque há a linha ortodoxa que é absolutamente contra a comercialização ou a venda e exploração da marca. A existência da marca em si é algo que estão contra, uma vez que o Shorinji Kempo é uma marca registada. Eles defendem que podem adulterar os princípios. Assim que a comercialização se inicia, há princípios que deixam de fazer sentido. Um deles é que ninguém pode ser profissional de Shorinji Kempo. Todos têm de ter uma profissão e trabalhar fora do Shorinji Kempo e fazer da prática um hobby. Havendo a comercialização, a tendência é que esse princípio termine. Esperemos que não.
Que consequências tem para o SK comportamentos como os que se verificaram com a federação britânica?
Isso é complicado. Os comportamentos falam por si e a WSKO manifestou-se. Uma atitude séria é uma atitude séria em qualquer arte e uma atitude menos séria é-o tanto no Shorinji Kempo como na nossa vida diária e isso acarreta consequências. Pelo que soube houve uma atitude menos séria por parte do mestre Mizuno e isso é punível tanto na sociedade civil como no Shorinji Kempo.
Já se notaram algumas tendências sexistas por parte de alguns “ilustres” do SK Mundial, até em textos publicados no site da WSKO. Acha que são casos pontuais ou é uma tendência na sociedade japonesa desacreditar a importância e o valor das mulheres no seio das artes marciais?
A esta resposta só se pode responder com factos: se as mulheres não fossem importantes, neste momento não se verificaria que a maioria dos praticantes no Japão fossem mulheres, que é o que, efectivamente, se verifica e é um número que está sempre a aumentar. No caso do meu dojo, o normal é estarem sempre em maioria.
E porque motivo não se lhes dá papéis de maior preponderância?
Essa realidade aplica-se mais ao Japão. Isso tem a ver um pouco com a estrutura psicológica daquele povo. Não diria que têm uma sociedade machista, mas o matriarcado não tem, de facto, muita expressão. Há depois o paradoxo de o nosso presidente e autoridade máxima do Shorinji Kempo, a nível mundial, ser uma mulher. Mas penso que a atitude machista não é extensível a todos os mestres.
Porque acha que há tanta relutância em manifestar-se contra esses comportamentos ou outros, com os quais não se concorda? É um mal transversal à sociedade, menosprezar os problemas dos outros ou a alusão a “respeitar os superiores” do Seigan, é vista como um acto de reverência e vassalagem aos mestres e a manifestação dos seus erros considerada um desrespeito? Posso dar o exemplo do estágio em que esteve presente o mestre Aosaka, estágio esse organizado pela mestre Cristina Carriço que depois acabou, no jantar, por ser posta de parte, não tendo sido convidada a juntar-se à mesa dos mestres e, embora tenha provocado estranheza, ninguém se manifestou.
Há protocolos. E o protocolo define quem deve ficar nas mesas e o director técnico não é um dos cargos que deve juntar-se. Normalmente numa situação protocolar quem deve ficar é o Presidente da Federação e o representante junto da WSKO e os convidados, neste caso o mestre Aosaka e a Presidente e os respectivos acompanhantes. Eu compreendo que a mestre se tenha sentido posta de lado e procurei fazer ver esse lado, que é apenas uma questão de protocolo, não uma manifestação sexista.
Mas quanto ao resto da pergunta, sim. Faz parte da cultura oriental o respeito e reverência pelos mais velhos, os superiores. Não é por isso que em determinadas alturas não possam ser chamados à atenção quando determinado tipo de comportamento está errado e nós temo-lo feito. Mas sim, sempre com algum cuidado, porque há uma tendência na sociedade japonesa de olhar de cima para baixo. Não usam castas, mas usam hierarquias e hierarquias muito fortes. Mas há que ter em conta que ninguém sobe por ser bonito ou feio. Sobem porque têm mérito e associa-se esse mérito a uma atitude sensata.
Acha que o SK é uma arte verdadeiramente democrática ou existem pessoas que estabelecem padrões de prática física que tornam muito difícil a maioria acompanhar, fazendo uma triagem pela desistência dos praticantes?
No aspecto de não haver triagem é, efectivamente, uma arte democrática, embora nenhuma arte marcial o seja verdadeiramente. No Shorinji Kempo já tivemos vários casos de kenshi com algum tipo de limitação física ou psíquica. Ainda no último campeonato havia um participante invisual. Já houveram praticantes sem um braço ou de cadeira de rodas e outras limitações.
E, por outro lado, acha que existe uma tendência para o facilitismo e para a não-implementação de padrões mínimos como os que existiam há 15 anos atrás?
Não, não há. Agora, possivelmente houve uma evolução de quem treina e quem ensina. Há 15 anos o padrão é que era muito elevado e nós exigíamos bastante e nem todas as pessoas tinham capacidade de corresponder ao padrão estabelecido. E o facto de se ter evoluído noutro sentido pode dar a ideia de termos baixado o nível. Trata-se apenas de estabelecer um padrão que todos possam acompanhar.
O campeonato europeu está aí à porta. Que tem a dizer da prestação portuguesa em competições internacionais? Que expectativas tem?
De certa forma já pronunciei a minha opinião em relação a competições. Mas tenho de aceitar que existe e que há muitos praticantes que gostam. E também tenho de admitir que existem resultados que são muito bons. Não é por acaso que já temos alguns campeões da Europa, nomeadamente a mestre Cristina Carriço, o mestre Paulo Silva, o Pedro Sargento. Já anteriormente tínhamos tido alguns segundos e terceiros lugares. E nos taikai mundiais temos tido uma prestação muito boa e já nos apresentámos como 3ª potência mundial, a seguir ao Japão e à Indonésia. É uma realidade que existe e eu admito que quando competem, competem bem.
O que distingue os praticantes portugueses dos restantes europeus?
A ponte que temos directamente para o Japão. Em muitos países existem ligações de permeio que acabam por diluir a prática que é feita no Japão. A atitude é muito parecida com a de lá. Os povos latinos têm alguma vantagem sobre os nórdicos porque são mais nervosos, reagem mais à flor da pele.
Que imagem têm os japoneses do SK que se pratica em Portugal?
Bastante boa e eles são os primeiros a reconhecer que a diferença é pouca. Somos bastante aplicados.
Por que motivos tem havido tão poucos novos praticantes? Se observarmos um estágio, verificamos que metade dos alunos são cintos negros e dos restantes cintos grande parte são crianças. Porque se tem falhado em atrair adultos?
A grande falha será a arte em si, que é uma arte de prática difícil. Pressupõe grande empenho e disciplina que tem de ser imposta pelos próprios praticantes, que nós não impomos nada e acaba por se fazer uma selecção natural. Os que se dedicam e aceitam os princípios filosóficos e a forma de estar, ficam. Outro factor é o da crise generalizada, que afecta todas as outras artes marciais. Estamos num período de carência monetária e as pessoas abstêm-se de ter mais gastos.
O que gostaria de ver mudado no SK, cá dentro e lá fora?
Não há muito que eu queira ver mudado. Gostava mesmo que houvesse mais alunos.
Que balanço faz dos 35 anos do SK em Portugal?
Eu pratico SK há 25 anos. Quando comecei a praticar havia 1 dojo, em Alvalade e eu era o último da classe. Havia umas 30 pessoas. Havia 1 secção e hoje há 11, de Viana do Castelo a Aljustrel. Há mais de 200 praticantes activos. Em campeonatos temos sido bem-sucedidos. Portanto o balanço da parte competitiva é positivo. Da parte filosófica há também muito mais conhecimento do que havia há 15 anos atrás. No Japão criaram-se laços que também não havia antes. Pessoas que gostam de nós, nos motivam, nos aconselham e com as quais podemos contar quando precisamos. É claramente positivo.
Que expectativas tem para as celebrações?
Muito boas, até porque estamos a trabalhar forte nisso. Mas depende também da forma como os intervenientes abordarem a situação.
Que apelo quer fazer aos praticantes para melhorar o panorama do SK nacional?
Em alguns casos, mantenham-se como estão. E noutros: olhem em frente, que têm muito bons exemplos que possam seguir. Felizmente a maioria é um bom exemplo. Como disse, em Portugal pratica-se um bom Shorinji Kempo. Há 11 responsáveis, inclusivamente um 1º dan, que o é porque se considerou ter qualidade para ensinar e ser responsável por uma escola. Portanto, há toda uma estrutura que tem funcionado bem. Só faltam mais alunos. E as perspectivas são boas.
Reflexão de final de época 2010/2011 da Senpai Sílvia Costa
Deixamos aqui o post partilhado no nosso Fórum (tópico "Pensamentos") pela Senpai Sílvia Costa por considerarmos que é uma ótima demonstração do espírito global e multilateral do Shorinji Kempo. Deixamos o convite para responderem com as vossas reflexões e partilharem outras no nosso fórum.
A minha retrospectiva desta época no Shorinji kempo é muito boa e gratificante, comecei a época vinda de uma viagem única ao Japão onde estive em estágio, participei no Taikai nacional, fui convocada para integrar na selecção nacional de Shorinji Kempo no Taikai Europeu do Mónaco, recorrendo a angariação de fundos para fazer esta viagem fazendo um cabaz da Páscoa (agradeço desde já a contribuição de todas as pessoas envolventes). Tive a participação efectiva na realização do 1º Peddy papper da Associação de Sintra conseguindo muitos apoios e patrocinadores para o evento, perdi 10 quilinhos para estar mais saudável, fiz o meu exame para 2º Dan onde mantive a minha média e subi a % no exame escrito o que foi uma grande conquista a nível pessoal. Acredito no Shorinji Kempo e no seu desenvolvimento, acredito nos amigos e parceiros desta prática, na minha família que me apoiou incondicionalmente e acima de tudo acredito em mim e no trabalho que realizei e realizarei, trabalhando sempre com convicção, sabendo tirar partido dos erros cometidos para uma melhor aprendizagem. Obrigado a todos os que me ajudaram, apoiaram e estiveram ao meu lado nesta época em especial ao meu marido, ao meu filho, Mestre Araújo, á minha parceira Diana e ao meu parceiro Paulo Lopes. Estou feliz :D
A minha retrospectiva desta época no Shorinji kempo é muito boa e gratificante, comecei a época vinda de uma viagem única ao Japão onde estive em estágio, participei no Taikai nacional, fui convocada para integrar na selecção nacional de Shorinji Kempo no Taikai Europeu do Mónaco, recorrendo a angariação de fundos para fazer esta viagem fazendo um cabaz da Páscoa (agradeço desde já a contribuição de todas as pessoas envolventes). Tive a participação efectiva na realização do 1º Peddy papper da Associação de Sintra conseguindo muitos apoios e patrocinadores para o evento, perdi 10 quilinhos para estar mais saudável, fiz o meu exame para 2º Dan onde mantive a minha média e subi a % no exame escrito o que foi uma grande conquista a nível pessoal. Acredito no Shorinji Kempo e no seu desenvolvimento, acredito nos amigos e parceiros desta prática, na minha família que me apoiou incondicionalmente e acima de tudo acredito em mim e no trabalho que realizei e realizarei, trabalhando sempre com convicção, sabendo tirar partido dos erros cometidos para uma melhor aprendizagem. Obrigado a todos os que me ajudaram, apoiaram e estiveram ao meu lado nesta época em especial ao meu marido, ao meu filho, Mestre Araújo, á minha parceira Diana e ao meu parceiro Paulo Lopes. Estou feliz :D
Alguns pensamentos e ensinamentos do Mestre Araújo
O prometido é devido, e cá estou mais uma vez a dar a conhecer o que foi a minha prova escrita de exame para 5 Dan. Esta foi feita no próprio dia de exame com a presença do mestre Aosaka, sentadinho a um canto do Dojo, com 2 graus negativos no exterior do ginásio, após uma pequena refeição, eram 14:00 e depois de uma manhã de treino bastante intenso. Para por a cereja em cima do bolo, só tínhamos trinta minutos para responder a quatro questões em que uma delas era …” Como deve ser um líder de Shorinji Kempo”. Eis a resposta que foi previamente por mim preparada, e que corresponde á minha prespectiva.Claro que nesta aventura não estava só eu, todos os examinados estavam nas mesmas condições de”conforto”.
Num dia normal á porta do hospital, o médico que tinha acabado o seu turno de serviço encontrava-se a conversar despreocupadamente com o enfermeiro e um condutor de ambulâncias sem ter vestida a bata branca que o caracterizava como sendo médico.
Quando escutaram algum alarido de vozes alteradas. Era uma jovem senhora com uma aparência bastante elegante, que aproximando-se dos três perguntou em voz alta e de forma bastante ríspida , rude e de certa forma grosseira: “ Algum de vocês sabe onde está o médico do hospital?”
Com muita calma o Doutor respondeu:” Boa tarde minha Senhora! Em que posso ajudar?”
A senhora mantendo a pose sobranceira respondeu grosseiramente:” Será que o Sr. é surdo, não ouviu que estou a procura do médico?”
Mais uma vez mantendo a calma inicial o médico retorquiu:”Boa tarde minha Sr.ª! O médico do hospital sou eu. Em que posso ajudar.”
A jovem mais uma vez respondeu, mas agora num tom menos agressivo:” Como? O Sr.? Com essa roupa?”.
Mantendo sempre a serenidade o doutor respondeu á jovem:”Peço imensa desculpa, mas eu pensei que a Srª procurasse um médico e não uma pessoa vestida de branco.”
Mais uma vez a jovem respondeu mas desta feita num tom totalmente ameno:”Oh desculpe Doutor! Boa-tarde, mas é que vestido dessa maneira não pensei que o Sr fosse médico.”
Calma e educadamente o Médico respondeu:” Veja bem como são as coisas, as vestes na realidade não dizem nada, ou melhor pouco dizem sobre as pessoas, pois tal como a srª eu também me confundi. Quando olhei para si vestida dessa maneira, com uma óptima aparência e um porte tão elegante caminhando na nossa direcção, de imediato pensei que quando chegasse junto de nós iria sorrir educadamente , dizer boa tarde e em seguida perguntar o que queria saber. Porém confundi-me e constatei que a pessoa que falava tão alto era a Srº e pior ainda quando se nos dirigiu de uma forma tão ríspida e grosseira. Bem são coisas que acontecem. Por vezes somos induzidos em erro pelas aparências.”
Deste episódio podemos de imediato tirar algumas conclusões que se aplicam a qualquer líder:
1- Liderança não é um cargo, mas sim comportamento.
2- Um líder tem sempre uma postura educada e formas educadas de demonstrar aos outros quando estão errados, ou a ter más condutas. Independentemente das situações, um líder sabe escolher a forma adequada de se comportar em cada situação.
3- Um líder de Shorinji Kempo começa sempre por se auto examinar ( kyakka shoko) .
4- Um líder de shorinji kempo tem bem definidas as metas que quer atingir.
5- Um líder de Shorinji Kempo é uma pessoa com coragem e determinação. Um líder sem coragem perde a confiança dos que o escutam ou vêm, deixa de liderar. Por isso deve assumir a responsabilidade da criação de um sentimento de união e igualdade. Ao mesmo tempo deve de valorizar cada indivíduo (“ a pessoa, a pessoa tudo depende da qualidade da pessoa”) pois quanto mais se aproximar das pessoas mais elas se sentirão motivadas e absorverão os seus ensinamentos sejam eles físicos (Ken) ou espirituais(Zen). Mais do que qualquer outra sensação, é essencial que cada pessoa sinta que a sua vida vale a pena.
Saindo agora dos aspectos generalistas sobre liderança, e falando mais concretamente da sua aplicabilidade no Shorinji Kempo, facilmente constatamos que ser líder nesta modalidade é muito mais profundo do que as definições que normalmente podemos encontrar em bibliografia da especialidade. Devido ás características que esta arte possui enquanto veiculo de desenvolvimento de indivíduos, quer espiritual quer fisicamente, um líder de Shorinji Kempo deve consequentemente possuir características especiais e agir de forma diferente, do conceito tradicional ou académico daquilo que é definido como um líder.
Em shorinji Kempo um líder é e será sempre um ponto de referência para os kenshi. Será sempre um exemplo que os kenshi copiarão e tentarão imitar a sua forma de ser e estar na vida.
Quando Kaiso So Doshi interpretou os caracteres de “Gyo” como sendo duas pessoas fortes carregando ás costas duas pessoas mais fracas, estava a definir o que de certa forma idealizava que fosse um líder de Shorinji Kempo. Alguém com um forte sentido de justiça, com poder de comunicação capaz de transmitir ideias complexas de forma simples, alguém que quando está a falar consegue despertar e manter desperta a atenção de quem o ouve e motivar essas mesmas pessoas para seguirem em frente com os seus projectos de vida. E a mais importante de todas as características alguém que está disponível para nos ouvir, aconselhar e despender parte do seu tempo em prol do seu semelhante (Vive 50% para ti e 50% para os outros).
A função de líder de Shorinji Kempo não termina quando abandonamos o Dojo, ela mantém-se e é visível através do seu comportamento diário enquanto cidadão, desde o gesto mais simples de uma saudação, á sua interactividade com a comunidade onde está inserido e comportamento a nível familiar.
O carácter do Shorinji Kempo está directamente ligado ao carácter dos seus lideres, e á sua forma de estar e viver a vida.
Quando escutaram algum alarido de vozes alteradas. Era uma jovem senhora com uma aparência bastante elegante, que aproximando-se dos três perguntou em voz alta e de forma bastante ríspida , rude e de certa forma grosseira: “ Algum de vocês sabe onde está o médico do hospital?”
Com muita calma o Doutor respondeu:” Boa tarde minha Senhora! Em que posso ajudar?”
A senhora mantendo a pose sobranceira respondeu grosseiramente:” Será que o Sr. é surdo, não ouviu que estou a procura do médico?”
Mais uma vez mantendo a calma inicial o médico retorquiu:”Boa tarde minha Sr.ª! O médico do hospital sou eu. Em que posso ajudar.”
A jovem mais uma vez respondeu, mas agora num tom menos agressivo:” Como? O Sr.? Com essa roupa?”.
Mantendo sempre a serenidade o doutor respondeu á jovem:”Peço imensa desculpa, mas eu pensei que a Srª procurasse um médico e não uma pessoa vestida de branco.”
Mais uma vez a jovem respondeu mas desta feita num tom totalmente ameno:”Oh desculpe Doutor! Boa-tarde, mas é que vestido dessa maneira não pensei que o Sr fosse médico.”
Calma e educadamente o Médico respondeu:” Veja bem como são as coisas, as vestes na realidade não dizem nada, ou melhor pouco dizem sobre as pessoas, pois tal como a srª eu também me confundi. Quando olhei para si vestida dessa maneira, com uma óptima aparência e um porte tão elegante caminhando na nossa direcção, de imediato pensei que quando chegasse junto de nós iria sorrir educadamente , dizer boa tarde e em seguida perguntar o que queria saber. Porém confundi-me e constatei que a pessoa que falava tão alto era a Srº e pior ainda quando se nos dirigiu de uma forma tão ríspida e grosseira. Bem são coisas que acontecem. Por vezes somos induzidos em erro pelas aparências.”
Deste episódio podemos de imediato tirar algumas conclusões que se aplicam a qualquer líder:
1- Liderança não é um cargo, mas sim comportamento.
2- Um líder tem sempre uma postura educada e formas educadas de demonstrar aos outros quando estão errados, ou a ter más condutas. Independentemente das situações, um líder sabe escolher a forma adequada de se comportar em cada situação.
3- Um líder de Shorinji Kempo começa sempre por se auto examinar ( kyakka shoko) .
4- Um líder de shorinji kempo tem bem definidas as metas que quer atingir.
5- Um líder de Shorinji Kempo é uma pessoa com coragem e determinação. Um líder sem coragem perde a confiança dos que o escutam ou vêm, deixa de liderar. Por isso deve assumir a responsabilidade da criação de um sentimento de união e igualdade. Ao mesmo tempo deve de valorizar cada indivíduo (“ a pessoa, a pessoa tudo depende da qualidade da pessoa”) pois quanto mais se aproximar das pessoas mais elas se sentirão motivadas e absorverão os seus ensinamentos sejam eles físicos (Ken) ou espirituais(Zen). Mais do que qualquer outra sensação, é essencial que cada pessoa sinta que a sua vida vale a pena.
Saindo agora dos aspectos generalistas sobre liderança, e falando mais concretamente da sua aplicabilidade no Shorinji Kempo, facilmente constatamos que ser líder nesta modalidade é muito mais profundo do que as definições que normalmente podemos encontrar em bibliografia da especialidade. Devido ás características que esta arte possui enquanto veiculo de desenvolvimento de indivíduos, quer espiritual quer fisicamente, um líder de Shorinji Kempo deve consequentemente possuir características especiais e agir de forma diferente, do conceito tradicional ou académico daquilo que é definido como um líder.
Em shorinji Kempo um líder é e será sempre um ponto de referência para os kenshi. Será sempre um exemplo que os kenshi copiarão e tentarão imitar a sua forma de ser e estar na vida.
Quando Kaiso So Doshi interpretou os caracteres de “Gyo” como sendo duas pessoas fortes carregando ás costas duas pessoas mais fracas, estava a definir o que de certa forma idealizava que fosse um líder de Shorinji Kempo. Alguém com um forte sentido de justiça, com poder de comunicação capaz de transmitir ideias complexas de forma simples, alguém que quando está a falar consegue despertar e manter desperta a atenção de quem o ouve e motivar essas mesmas pessoas para seguirem em frente com os seus projectos de vida. E a mais importante de todas as características alguém que está disponível para nos ouvir, aconselhar e despender parte do seu tempo em prol do seu semelhante (Vive 50% para ti e 50% para os outros).
A função de líder de Shorinji Kempo não termina quando abandonamos o Dojo, ela mantém-se e é visível através do seu comportamento diário enquanto cidadão, desde o gesto mais simples de uma saudação, á sua interactividade com a comunidade onde está inserido e comportamento a nível familiar.
O carácter do Shorinji Kempo está directamente ligado ao carácter dos seus lideres, e á sua forma de estar e viver a vida.
Prometi que haveria de publicar a minha prova escrita para o exame de 5 Dan. Aqui está parte dela, o meu tema livre. Se vos poder ser útil ficarei muito contente.
Como tema livre resolvi escrever sobre a verdadeira força. Não é um tema fácil para uma cultura Ocidental habituada, através dos séculos, a acreditar em cultos e divindades que são os veios condutores da nossa passagem terrena, e que acredita na vida para além da morte.
Talvez devido a esse facto, de delegarmos nas divindades todos os nossos sucessos ou insucessos e entregarmos o nosso destino nessas mesmas divindades, esquecemos um pouco os nossos próprios potenciais. Recordo agora um dos factos que fazia parte do dia-a-dia na antiga civilização Egípcia. Quando alguém era apanhado por um crocodilo nas margens do rio Nilo e desaparecia era a vontade do Deus Rá que assim o determinava, se por qualquer acaso a pessoa escapava, também tinha sido vontade de Rá. Em ambos os casos ninguém ajudava a pessoa em perigo, porque era vontade dos Deuses que assim acontece-se.
Quantas vezes a humanidade é confrontada com situações de injustiça da mais variada espécie, e não tem recurso para alterar esse estado de coisas, ou passa ao lado a assobiar sentindo que não tem responsabilidade nenhuma sobre o que se está a passar, ou porque não tem coragem ou força suficientes para se fazer ouvir ou demonstrar aos outros o quanto estão errados.
O que é a verdadeira força?
As mais variadas respostas poderão ser dadas a esta pergunta, mas possivelmente poucas pessoas irão estabelecer a ligação da verdadeira força com elas próprias, com algo que existe no seu interior e não pode ser medido, pesado ou visto. Estamos a falar de algo bastante mais profundo, algo que bem aplicado pode alterar muita coisa, ou pelo menos ajudar a que isso aconteça, no estado actual em que o mundo se encontra.
Muitos de nós já fomos confrontados com situações de injustiça, quer directamente ou porque ouvimos comentários relacionados com alguém que sofreu essas injustiças ou maus-tratos físicos ou morais. De todas essas vezes que vimos ou ouvimos algo, quantas vezes gostaríamos de ter reagido e não o fizemos por manifesta falta de coragem, porque pensamos que ninguém iria escutar o que tínhamos para dizer, ou em ultimo caso não sentimos ter a força suficiente para o fazer.
Em qualquer das circunstâncias apresentadas para não intervirmos, um aspecto fundamental sobressai, “Não nos respeitamos a nós próprios”. Existe um pensamento que diz:” Para que os outros te respeitem, primeiro tens que te respeitar a ti próprio”.
Mas como pode uma pessoa respeitar-se a si própria?
Começando por ter a coragem de dizer directamente o que pensa estar errado, ou que vê como errado ou não gosta. Tudo isto requer por parte do indivíduo autoconfiança, sentido de justiça, força de viver e é isto a “verdadeira força” .
A verdadeira força não se refere a força musculada, ou força para se defender ou derrotar um adversário. Está antes relacionado com algo que vem do interior profundo de cada pessoa, algo que nos faz superar obstáculos por mais diferentes que sejam, algo que tem muito a ver com aquilo que normalmente se chama de “força interior” a verdadeira força.
Podemos ter muita de vontade e desejar muito ajudar as pessoas que nos rodeiam, mas se estivermos fracos, muito dificilmente o conseguiremos fazer. Para que uma pessoa se torne forte não tem nem deve centralizar a sua atenção só no fortalecimento do corpo, mas tem também, paralelamente, que desenvolver o seu espírito criando condições para que ao primeiro contratempo não desanime e a sua atitude vacile.
O Shorinji Kempo, através da sua prática, possibilita-nos o ganho de confiança e felicidade que podemos propagar aos outros, criando assim uma cadeia de entreajuda com capacidade suficiente para confrontar as injustiças na sociedade.
O propósito da prática de Shorinji Kempo é tornar as pessoas fortes quer física quer mentalmente, contudo, quando praticamos não nos devemos esquecer que a nossa atenção ou objectivos não podem estar só centralizados no espírito de competição, nem nos devemos tornar obsessivos em aprender cada vez mais técnicas para mais facilmente derrotar adversários. Se temos como único objectivo derrotar adversários, então porque treinar tão intensamente combate sem armas, quando sabemos existirem um sem número de hipóteses por certo muito mais fáceis de o fazer, utilizando um qualquer tipo de arma.
O grande objectivo do ensino técnico do Shorinji Kempo é adquirir-mos confiança através do nosso auto-conhecimento, confiança que nos proporcionará protecção sem termos de recorrer ao uso qualquer tipo de arma para neutralizar um adversário. Neste capítulo é importante ter em consideração que a parte da prática física foi um meio encontrado por Kaiso So Doshin para despertar a atenção das pessoas, e assim mais facilmente poder comunicar com essas mesmas pessoas e transmitir-lhes de seguida as suas mensagens.
Em certos momentos da nossa vida somos levados a pensar que não vamos ser capazes de cumprir ou dar seguimento a um projecto ou objectivo, por razões que nos são absolutamente estranhas. Outras vezes poderemos ter tendência para ficar apáticos e ver as coisas a desenrolarem-se á nossa volta sem que tenhamos qualquer tipo de reacção que nos leve para além desse marasmo de acções ou atitudes, isto é contudo uma forma errada não só de encarar a vida, como de vive-la. Qualquer ser humano não é só responsável pela sua felicidade, também tem uma quota-parte no bem-estar e felicidade dos outros que o rodeiam, família, amigos, vizinhos enfim a sociedade onde está inserido e da qual faz parte integrante Assim sendo não pode nem deve haver sentimentos derrotistas. Suponhamos que de certa maneira fomos vencidos por um adversário, isso não será caso para pensar que somos uns falhados ou inúteis. Devemos tirar as consequentes ilações do nosso acto ou derrota, e nunca nos sentir-mos como verdadeiros derrotados, porque só assim essa derrota não será uma verdadeira derrota.
Durante a nossa vida por certo cometeremos erros ou não, mas a nossa qualidade como seres humanos não é determinada por esses factores. Por certo não haveria pessoas de bom coração ou com bons princípios se fosse esse o factor determinante para avaliação do ser humano, ou se consegue erguer-se depois disto ou não. Como se pode concluir a atitude mental da pessoa perante a adversidade é fundamental para que ela possa continuar o seu caminho. Se pensar sobre si mesmo ser um inútil, então esta será a sua verdadeira derrota. Para vivermos uma vida equilibrada e com intensidade, é importante que o nosso estado mental adquira uma auto-confiança (não confundir auto-confiança com presunção) realista, e não esquecer que só a mente não é suficiente para levar a cabo os nossos objectivos.
O corpo também tem que acompanhar esse desenvolvimento, lembrando um provérbio muito antigo que diz “Corpo são em mente sã”, e que é perfeitamente aplicável na prática do Shorinji Kempo.
Como referi no início deste texto, é muito comum nas sociedades Ocidentais responsabilizar as diferentes divindades pelas coisas boas ou más que nos acontecem. De certa forma estamos a sob valorizar a pessoa e o que de bom ou mau ela tem. Por vezes a barreira existente entre o real e o místico gera alguma confusão e somos levados a esquecer que as atitudes das pessoas, na generalidade são fruto da sua formação e carácter.
Cada pessoa tem apenas uma vida para viver, e deve desfrutá-la bem e com sentimento de dignidade. Este sentimento de dignidade surge, ou nasce, quando a pessoa tem a coragem de chamar a si a responsabilidade de dizer que discorda com qualquer coisa quando vê que essa mesma coisa está errada, e tem a necessária coragem para repor a verdade ou justiça dos factos. Tudo isto requer uma forte iniciativa e uma grande fé na sua própria potencialidade, tudo isto requer confiança.
Possuir a verdadeira força, significa possuir confiança e coragem, significa possuir algo que não pode ser comprado com dinheiro ou fiscalizado por qualquer autoridade, e que uma vez adquiridas pelo indivíduo estão aptas a responderam eficazmente e sempre a tempo, quando para isso solicitadas. Mais do que o anteriormente enumerado, significa interagir não somente no que lhe diz directamente respeito, mas também agir em prol da felicidade e bem-estar da comunidade que o rodeia, família, amigos sociedade em geral.
Como remate final gostaria de evidenciar a seguinte frase, que penso aglutinar todo o pensamento descrito neste texto:
“ Em mim eu encontro a força”.
Talvez devido a esse facto, de delegarmos nas divindades todos os nossos sucessos ou insucessos e entregarmos o nosso destino nessas mesmas divindades, esquecemos um pouco os nossos próprios potenciais. Recordo agora um dos factos que fazia parte do dia-a-dia na antiga civilização Egípcia. Quando alguém era apanhado por um crocodilo nas margens do rio Nilo e desaparecia era a vontade do Deus Rá que assim o determinava, se por qualquer acaso a pessoa escapava, também tinha sido vontade de Rá. Em ambos os casos ninguém ajudava a pessoa em perigo, porque era vontade dos Deuses que assim acontece-se.
Quantas vezes a humanidade é confrontada com situações de injustiça da mais variada espécie, e não tem recurso para alterar esse estado de coisas, ou passa ao lado a assobiar sentindo que não tem responsabilidade nenhuma sobre o que se está a passar, ou porque não tem coragem ou força suficientes para se fazer ouvir ou demonstrar aos outros o quanto estão errados.
O que é a verdadeira força?
As mais variadas respostas poderão ser dadas a esta pergunta, mas possivelmente poucas pessoas irão estabelecer a ligação da verdadeira força com elas próprias, com algo que existe no seu interior e não pode ser medido, pesado ou visto. Estamos a falar de algo bastante mais profundo, algo que bem aplicado pode alterar muita coisa, ou pelo menos ajudar a que isso aconteça, no estado actual em que o mundo se encontra.
Muitos de nós já fomos confrontados com situações de injustiça, quer directamente ou porque ouvimos comentários relacionados com alguém que sofreu essas injustiças ou maus-tratos físicos ou morais. De todas essas vezes que vimos ou ouvimos algo, quantas vezes gostaríamos de ter reagido e não o fizemos por manifesta falta de coragem, porque pensamos que ninguém iria escutar o que tínhamos para dizer, ou em ultimo caso não sentimos ter a força suficiente para o fazer.
Em qualquer das circunstâncias apresentadas para não intervirmos, um aspecto fundamental sobressai, “Não nos respeitamos a nós próprios”. Existe um pensamento que diz:” Para que os outros te respeitem, primeiro tens que te respeitar a ti próprio”.
Mas como pode uma pessoa respeitar-se a si própria?
Começando por ter a coragem de dizer directamente o que pensa estar errado, ou que vê como errado ou não gosta. Tudo isto requer por parte do indivíduo autoconfiança, sentido de justiça, força de viver e é isto a “verdadeira força” .
A verdadeira força não se refere a força musculada, ou força para se defender ou derrotar um adversário. Está antes relacionado com algo que vem do interior profundo de cada pessoa, algo que nos faz superar obstáculos por mais diferentes que sejam, algo que tem muito a ver com aquilo que normalmente se chama de “força interior” a verdadeira força.
Podemos ter muita de vontade e desejar muito ajudar as pessoas que nos rodeiam, mas se estivermos fracos, muito dificilmente o conseguiremos fazer. Para que uma pessoa se torne forte não tem nem deve centralizar a sua atenção só no fortalecimento do corpo, mas tem também, paralelamente, que desenvolver o seu espírito criando condições para que ao primeiro contratempo não desanime e a sua atitude vacile.
O Shorinji Kempo, através da sua prática, possibilita-nos o ganho de confiança e felicidade que podemos propagar aos outros, criando assim uma cadeia de entreajuda com capacidade suficiente para confrontar as injustiças na sociedade.
O propósito da prática de Shorinji Kempo é tornar as pessoas fortes quer física quer mentalmente, contudo, quando praticamos não nos devemos esquecer que a nossa atenção ou objectivos não podem estar só centralizados no espírito de competição, nem nos devemos tornar obsessivos em aprender cada vez mais técnicas para mais facilmente derrotar adversários. Se temos como único objectivo derrotar adversários, então porque treinar tão intensamente combate sem armas, quando sabemos existirem um sem número de hipóteses por certo muito mais fáceis de o fazer, utilizando um qualquer tipo de arma.
O grande objectivo do ensino técnico do Shorinji Kempo é adquirir-mos confiança através do nosso auto-conhecimento, confiança que nos proporcionará protecção sem termos de recorrer ao uso qualquer tipo de arma para neutralizar um adversário. Neste capítulo é importante ter em consideração que a parte da prática física foi um meio encontrado por Kaiso So Doshin para despertar a atenção das pessoas, e assim mais facilmente poder comunicar com essas mesmas pessoas e transmitir-lhes de seguida as suas mensagens.
Em certos momentos da nossa vida somos levados a pensar que não vamos ser capazes de cumprir ou dar seguimento a um projecto ou objectivo, por razões que nos são absolutamente estranhas. Outras vezes poderemos ter tendência para ficar apáticos e ver as coisas a desenrolarem-se á nossa volta sem que tenhamos qualquer tipo de reacção que nos leve para além desse marasmo de acções ou atitudes, isto é contudo uma forma errada não só de encarar a vida, como de vive-la. Qualquer ser humano não é só responsável pela sua felicidade, também tem uma quota-parte no bem-estar e felicidade dos outros que o rodeiam, família, amigos, vizinhos enfim a sociedade onde está inserido e da qual faz parte integrante Assim sendo não pode nem deve haver sentimentos derrotistas. Suponhamos que de certa maneira fomos vencidos por um adversário, isso não será caso para pensar que somos uns falhados ou inúteis. Devemos tirar as consequentes ilações do nosso acto ou derrota, e nunca nos sentir-mos como verdadeiros derrotados, porque só assim essa derrota não será uma verdadeira derrota.
Durante a nossa vida por certo cometeremos erros ou não, mas a nossa qualidade como seres humanos não é determinada por esses factores. Por certo não haveria pessoas de bom coração ou com bons princípios se fosse esse o factor determinante para avaliação do ser humano, ou se consegue erguer-se depois disto ou não. Como se pode concluir a atitude mental da pessoa perante a adversidade é fundamental para que ela possa continuar o seu caminho. Se pensar sobre si mesmo ser um inútil, então esta será a sua verdadeira derrota. Para vivermos uma vida equilibrada e com intensidade, é importante que o nosso estado mental adquira uma auto-confiança (não confundir auto-confiança com presunção) realista, e não esquecer que só a mente não é suficiente para levar a cabo os nossos objectivos.
O corpo também tem que acompanhar esse desenvolvimento, lembrando um provérbio muito antigo que diz “Corpo são em mente sã”, e que é perfeitamente aplicável na prática do Shorinji Kempo.
Como referi no início deste texto, é muito comum nas sociedades Ocidentais responsabilizar as diferentes divindades pelas coisas boas ou más que nos acontecem. De certa forma estamos a sob valorizar a pessoa e o que de bom ou mau ela tem. Por vezes a barreira existente entre o real e o místico gera alguma confusão e somos levados a esquecer que as atitudes das pessoas, na generalidade são fruto da sua formação e carácter.
Cada pessoa tem apenas uma vida para viver, e deve desfrutá-la bem e com sentimento de dignidade. Este sentimento de dignidade surge, ou nasce, quando a pessoa tem a coragem de chamar a si a responsabilidade de dizer que discorda com qualquer coisa quando vê que essa mesma coisa está errada, e tem a necessária coragem para repor a verdade ou justiça dos factos. Tudo isto requer uma forte iniciativa e uma grande fé na sua própria potencialidade, tudo isto requer confiança.
Possuir a verdadeira força, significa possuir confiança e coragem, significa possuir algo que não pode ser comprado com dinheiro ou fiscalizado por qualquer autoridade, e que uma vez adquiridas pelo indivíduo estão aptas a responderam eficazmente e sempre a tempo, quando para isso solicitadas. Mais do que o anteriormente enumerado, significa interagir não somente no que lhe diz directamente respeito, mas também agir em prol da felicidade e bem-estar da comunidade que o rodeia, família, amigos sociedade em geral.
Como remate final gostaria de evidenciar a seguinte frase, que penso aglutinar todo o pensamento descrito neste texto:
“ Em mim eu encontro a força”.